O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento nesta quinta-feira (22), no qual anunciou os nomes de 15 ministros do futuro governo. O anúncio foi feito no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde atua a equipe de transição.
O governador da Bahia, Rui Costa, já anunciado por Lula como futuro ministro da Casa Civil, informou que serão 37 ministérios. Antes do pronunciamento o presidente eleito apresentou os grupos temáticos da equipe de transição e as conclusões dos trabalhos. Em seu discurso, Lula disse que pretende anunciar os últimos ministros na próxima semana.
No dia 9 de dezembro já tinham sido confirmados os nomes de seis ministros. Fernando Haddad (PT) foi anunciado como ministro da Fazenda, Rui Costa dos Santos para a Casa Civil, José Múcio Monteiro para a Defesa, Flávio Dino para a Justiça, Mauro Vieira para as Relações Exteriores e Margareth Menezes para a Cultura.
Veja quem são os anunciados
Ministro de Indústria e Comércio
O futuro vice-presidente Geraldo Alckmin será também ministro de Indústria e Comércio. Embora Lula tenha declarado, em novembro, que o ex-governador de São Paulo não disputaria vaga de ministro por ser vice-presidente (eleito), Alckmin acumulará as duas funções a partir de janeiro.
Ministro do Desenvolvimento Social
O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) foi anunciado para assumir uma das pastas mais disputadas do novo governo: o Ministério do Desenvolvimento Social. Dias também foi cotado para o Ministério do Planejamento e do Desenvolvimento Regional, mas o PT articulou para ele assumir a pasta que será responsável, entre outros programas, pelo Bolsa Família (atual Auxílio Brasil).
Ministro da Educação
O cearense Camilo Sobreira de Santana, 54 anos, aceitou o convite do presidente eleito para ser ministro da Educação na próxima gestão, que começa em janeiro de 2023. O escolhido foi governador do Ceará durante dois mandatos, e foi eleito senador pelo Ceará no pleito de 2022.
Ministra da Igualdade Racial
A educadora Anielle Franco vai assumir o Ministério da Igualdade Racial. Ela é irmã de Marielle Franco, vereadora carioca assassinada a tiros em março de 2018. Professora de inglês, mestra em relações étnico-raciais e ativista dos direitos das mulheres e negros, Anielle integrou os grupos técnicos da equipe de transição de Lula.
Ministro dos Portos e Aeroportos
O novo ministério de Portos e Aeroportos ficou com o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB). França é natural da São Vicente, no litoral paulista, e foi prefeito da cidade, muito próxima ao Porto de Santos. De acordo lideranças do partido, a vontade inicial do ex-governador era assumir o ministério das Cidades.
Ministro dos Direitos Humanos
Silvio Almeida foi anunciado para o Ministério dos Direitos Humanos. Filósofo e doutor em direito, com trajetória acadêmica dentro da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). É reconhecido como um dos grandes especialistas do Brasil acerca da questão racial. É diretor do Instituto Luiz Gama, que se define como uma associação civil “que atua na defesa das causas populares, com ênfase nas questões sobre os negros, as minorias e os direitos humanos”.
Ministra da Saúde
A cientista social e socióloga Nísia Trindade Lima, de 64 anos, foi indicada para o cargo de ministra da Saúde. Ela foi a primeira presidente mulher da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). É doutora em Sociologia , mestre em Ciência Política, pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Ministro das Relações Internacionais
O presidente eleito escolheu o deputado federal do PT Alexandre Padilha como ministro das Relações Institucionais. Deputado federal reeleito por São Paulo, ele ocupou o mesmo cargo nos últimos anos do governo Lula, em 2009 e 2010, e depois foi ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff.
Ministra da Gestão e Inovação
A economista Esther Dweck vai chefiar o futuro Ministério da Gestão. Esther tem forte atuação no setor público e ocupou um papel estratégico na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Ela é professora do Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com doutorado em economia da indústria e da tecnologia pela mesma instituição em 2006
Ministra da Ciência e Tecnologia
A pernambucana Luciana Santos será a ministra da Ciência e Tecnologia do governo Lula. Formada em engenharia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciana já foi deputada estadual e federal, e prefeita da cidade de Olinda por dois mandatos. Quando deputada em Brasília, ela fez parte da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara. Luciana também é presidente nacional do partido em que atua, o PCdoB.
Ministra da Mulher
Cida Gonçalves foi nomeada por Lula para comandar a pasta das Mulheres. é ex-secretária Nacional da Violência contra a Mulher, cargo que ocupou nos governos de Lula e Dilma Rousseff (PT). Também é especialista em gênero e violência contra as mulheres.
Ministro da Secretaria – Geral
Márcio Macêdo vai assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República, cargo responsável diretamente pelo acompanhamento e orientação do presidente nas agendas institucionais, diálogo com movimentos sociais e na relação com os órgãos e entidades da administração pública, com o Congresso Nacional e com o Judiciário. Deputado Federal do Partido dos Trabalhadores pelo estado de Sergipe desde 2010, Macêdo já foi tesoureiro da sigla e atualmente é um dos vice-presidentes nacionais.
Ministro da AGU
O procurador Jorge Messias vai ser o próximo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU). Procurador da Fazenda Nacional, atuou nas áreas jurídicas dos ministérios da Educação, Casa Civil e Ciência e Tecnologia. Ele foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência no governo de Dilma Rousseff.
Ministro do Trabalho
Luiz Marinho será o ministro do Trabalho. Foi prefeito de São Bernardo do Campo entre 2009 e 2016. Também é o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo e foi eleito deputado federal pelo partido, no estado, nas eleições deste ano.
Ministro da CGU
Vinícius Marques de Carvalho vai assumir como ministro da Controladoria-Geral da União (CGU).É graduado e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo. O advogado também tem doutorado em Direito Comparado pela Université Paris Pantheon-Sorbonne.